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Em pesquisas nos cartórios das comarcas às quais Piracema pertenceu, registra-se que o início da povoação de "Vila Conceição" - primeiro nome de Piracema - deu-se aproximadamente em meados de 1768, tendo sido um curato da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, de Congonhas do Campo, motivo este se deu primeiro nome ter sido "Vila Conceição".
Conta-se que no rio fora pego, numa noite de lua cheia, uma fêmea de surubim de quase 60cm de comprimento e mais de 20 quilos que segundo conta o autor da façanha, o peixe fora fisgado no anzol iscado com muçum carnudo no remanso, onde crescia o capim-tábua e recolhiam-se amontados de folhas podres entre os cipós. A corda de aço na vara de bambu denunciava numa selvageria desembestada que a presa estava fisgada. A festa foi de arromba em "Vila Conceição" . Finalmente depois de longos debates veio o resultado de seu batismo. Assim, devido ao tal fato, "Vila Conceição" foi nomeada de "Rio do Peixe", distrito habitado primeiramente pelos "Rodrigues", grandes proprietários de terras e senhores de escravos, como também por jagunços, pessoas pagas para fazerem serviços escusos. Lugar desprovido de recursos, que só tinha estradas de cavaleiros e carros de boi, motivo este de as correspondências levarem até três dias a serem postados nos correios, uma vez levados no lombo dos burros á distante Entre Rios de Minas, onde seriam postados no correio.
Pessoas que viveram nesse tempo contam, que após a promulgação da Lei No. 3353 denominada "Lei Áurea", pela Princesa Izabel, em 13 de maio de 1888, extinguindo o trabalho escravo, sem indenização e sem qualquer compreensão dos proprietários, foi formado no Rio de Peixe, um quilombo, hoje bairro "Fonte das Pedras".
Rio do Peixe era trilha dos bandeirantes que ali deixavam suas bandeiras, um lugar de muitas ribeiras, peixes e de grandes culturas. Lugar de cachoeiras, felinos e ipês, terra da subida dos peixes. Terra livre. Terra do vento, da chuva, terra da paz.
Em 14 de julho de 1832 pela resolução da assembleia geral, a capela do Rio do Peixe, cujo orago é Nossa Senhora das Necessidades, foi declarada subordinada a Matriz de Nosso Senhor do Bonfim, hoje cidade. Finalmente pela Lei Provincial No. 714 de maio de 1855 (art. 1o, inciso 3o.) a capela do Rio do Peixe foi elevada à categoria de freguesia.
Cachoeira do Canorinho
Lugar de pessoas ilustres, entre elas o dr. José Hermenegildo Rodrigues Vilaça, que se dispôs a exercer medicina num lugarejo atrasado, desprovido de recursos, onde não havia as mínimas condições para esta atividade e muito menos para a cirurgia. Sem hospital, sem farmacêutico, sem nenhum companheiro com quem pudesse trocar ideias, e mesmo assim, permaneceu oito anos no Rio do Peixe, até sua transferência para Juiz de Fora, onde se tornou pioneiro da cirurgia moderna no Brasil e no combate da infecção hospitalar no Brasil, em fins do século passado. Sua vida, seus feitos estão narrados no livro "O Doutor Vilaça - Pioneiro da Cirurgia Moderna no Brasil", da autoria de J.B. de Resende Alves, publicado em 1982 e lançado pela Cooperativa Editora e de Cultura Médica Ltda., Belo Horizonte. Outros também mereceram honorável benemerência por virtudes e serviços: Dr. José Alves de Andrade, Dr. Geraldo Alves Teixeira. Estende-se aos dentistas: Sr. Marçal, Sr Sebastião Greco, Sr. Antônio Cunha, Sr. Ari Greco, Dr. Moreto, Sr. Ziquinha e farmacêuticos: Sr. Albert Bhertal Keesen, Sr. Belmiro Ramos, Sr. Josino Ribeiro, Dra. Laura Mata de Andrade e Sr. Onofre Pinto Lara, que se preocupou com os piracemenses, principalmente os carentes, doando um hospital para Piracema. Ainda o Sr. José Ribeiro de Assis. A lista de méritos inclui-se heróis da 2a Guerra Mundial, os ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira - FEB , Sr. Anselmo Ferreira, Sr. Francisco Gomes de Moraes e o sr. Otaviano Rodrigues de Oliveira.
Destacam-se também os escritores Othílio Magela Neto - historiador - e o professor João Sávio de Melo - romancista, com participação na IX Bienal Internacional do Livro e Encontro de Literatura - Riocentro-Rio de Janeiro e Primeiro Salão do Livro e Encontro Internacional de Literatura - Serraria Souza Pinto - Belo Horizonte-MG, que vem divulgando o nome de Piracema por todo o Brasil em suas participações em eventos literários, também filhos da terra.
a escolha do nome "Piracema" para o novo município teve a aceitação unânime dos moradores da cidade que embora inconscientemente, quiseram um nome que guardasse, mesmo panoramimante apenas, uma estreita ligação como nome anterior. Tal o demonstrou, o saudosismo dos rio-peixenses. A sugestão do nome "Piracema" segundo contam os ilustres habitantes, partir da idéia do Sr. José Ribeiro de Assis, que ao abrir uma lata de sardinha "Coqueiro", viu ali escrito o nome Piracema e, assim, Rio do Peixe fora batizado como Piracema, cidade e município do estado de Minas Gerais. O natural ou habitante é o piracemense.
Foi emancipado pela Lei No. 1039 de 12 de dezembro de 1953.
Conta com um parque de exposições, com baias, galpões, arena, etc. e área com arquibancada para 3.000 pessoas, local onde anualmente, no mês de julho, ocorre a tradicional "Festa do Ruralista" quando se prestigiam as duplas sertanejas que estão começando, além de contratar shows de sertanejos de renome. a festa inicia-se na sexta feira, no sábado faz-se uma cavalgada com mais de 200 integrantes entre cavaleiros e amazonas; depois queima de fogos e shows de rodeios. No domingo ocorre o tradicional desfile de carro de boi, onde se conta com a participação de mais ou menos 250 carros de boi que desfilam pelas ruas da cidade, enfeitados, carregando crianças e adultos.
por João Sávio Melo
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